Monday, June 10, 2013

Compra coletiva de ingressos de cinema

Até algum tempo, eu considerava ir ao cinema com minha amasia Kathieky um programa prazeroso. Sentar-me diante da telona e, por cerca de uma hora e meia, esquecer-me de como a vida é injusta e sem sentido. Mesmo aqueles filmes escrotos, em que os Estados Unidos salvam o mundo mais uma vez, enquanto todas as outras nações assistem inertes à possível aniquilação da raça humana, conseguiam ser legaizinhos.

Não mais. As salas de cinema foram invadidas por debiloides deglutidores de pipoca. Criatura estúpidas para quem o que esta sendo projetado na tela não faz a menor diferença. Aliens atacam a "América"? Uma criatura monstruosa fugiu do laboratório e aterroriza o povo "americano"? A cidade de Nova York está sob ataque terrorista? Os debiloides não se importam; o que eles querem mesmo é conversar ruidosamente, bater com suas patas imundas no banco da frente, mexer na porra do celular a cada 5 segundos, enfim, qualquer atitude que denote o seu total desprezo pelos demais seres humanos. "Eu sou mais eu, o mundo gira ao meu redor", se orgulham os debiloides.

Nos dias de hoje, é simplesmente impossível ir ao cinema, com o intuito de assistir ao filme, e não ficar completamente irritado. Acaso eu tivesse porte de arma, todas as minhas idas ao cinema terminariam em derramamento de sangue. Nego bateu com o pé na minha poltrona? BANG! Nego resolveu checar o facebook no meio do filme? BANG! Nego acha que conversar sobre temas variados durante a sessão é considerada uma conduta socialmente aceita? BANG!

Infelizmente, devido à minha personalidade psicótica e transtornada, foi-me negado o porte de uma arma de fogo. Quem sabe um dia...

Defensoria Dativa

Não tenho nenhuma história engraçada pra contar, meus dias cumprindo "mandaTos" judiciais seguem insossos.

O único acontecimento digno de nota, que relato apenas para quebrar a sequência de vários dias sem atividades neste malfadado blog, foi esses tempos, quando cheguei na casa dum sujeito para citá-lo numa ação de alimentos.

Na condição de bastião do judiciário - o longa manus da justiça, que se fode por ai ouvindo desaforo sob o sol escaldante, enquanto os deuses estão confortavelmente sentadinhos em seus gabinetes aveludados e climatizados - introduzi-me ao pobre sujeito. Disse-lhe que, a partir daquele instante, ele deveria pagar 30% de seus rendimentos líquidos (inclusive férias e 13o) a título de alimentos para seu filho infante; caso contrário, ele seria preso e levado para uma das unidades do sistema prisional catarinense, onde uma horda de detentos faria uma festa em sua cavidade rectal.

Em resposta aos termos do mandado que acabará de tomar ciência, o pobre sujeito disse: "mas que filha duma puta, essa mulher; eu pago tudo pra esse guri ai; mas ela vai ver só, vô pêga um devogado e vô mête no cu dela".

Sob o peso daquelas sábias palavras, despedi-me sem dizer nada e parti para o próximo endereço onde eu iria arruinar mais uma vida.